sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dj Godox - Begins


De uma simples brincadeira, surgiu um prazer e a descoberta de uma vocação...

Um garoto criado ao redor do som das pistas, curioso, inquieto... pensou que poderia viver paralelamente a este universo sem maiores compromissos...

Do Funk Old School ao Techno/House Music, por várias vezes acreditou que sua maior identificação musical estaria no eixo EUA-Inglaterra, até que conduzido pela “Lambada”, o fenômeno mundial nascido em terras tupiniquins, foi fisgado por um tal Zouk, um gênero musical vindo das Antilhas Francesas.

Final dos anos 80, início de 90 os palcos da lambada eram as pistas das casas Lambar e Reggae Night que dentre inúmeras, eram as principais de São Paulo. Foram nestes endereços que a semente “Z” foi germinada na terra da garoa. A dança originária da Lambada, rapidamente foi adaptada com marcações semelhantes, porém a sensualidade nos movimentos se fazia notar.

Dançar não era o seu forte, nem Zouk, nem Lambada, nem coisa alguma que tivesse que pagar o mico de ter que dançar acompanhado... Entretanto, constrangido entre a introversão peculiar e a dificuldade com a dança não lhe sobrou muitas opções além ser um assíduo espectador da dança e bom ouvinte da música.

Sua rotina se resumia em chegar na balada, descolar um lugar estratégico próximo à pista, para então se alocar naquele espaço muito disputado por aqueles com as mesmas características. –Qual o nome do espaço? Ah, sim! A famosa “parede”! Era ali que ele se juntava aos demais para admirar a então dança mágica.

Passados alguns anos vieram outros gêneros, sobretudo a música eletrônica se consolidava definitivamente como uma nova opção tanto nas rádios quanto nas pistas, fazendo com que a dança a dois se ausentasse das noites. Dentre tantos hits do cenário eletrônico, podia-se identificar alguns realmente muito bem produzidos, e a vertente Black/Eletrônica “Soul To Soul” fez aquele jovem lembrar-se daquele ritmo ao qual mesmo estando mergulhado no universo eletrônico, jamais esquecera...

Numa guinada surpreendente surge novamente a dança a dois, desta vez trajada na moda sertaneja que invadia rádios e pistas de São Paulo. Em seguida é a vez do samba, o chamado “pagode”, toma conta da cidade sendo a estrela da noite inclusive nas badaladas casas da Rua Franz Schubert em São Paulo. Casas como, Refinaria, Arcadia, Yacht Beer até a poderosa Limelight renderam-se a esta nova tendência.

Atraído pelo fascínio da dança a dois aquele jovem foi levado novamente ao Lambar a antiga casa que conhecera... Desta vez ele decidiu não fazer mais parte da turma da parede e procurou logo as aulas do próprio Lambar para melhorar aquilo que ele achava que dançava, o pagode. Por alguns meses foi religiosamente aos domingos fazer suas aulas de pagode ministradas pelos professores Tanaka e Marcinho, onde e
m um dos domingos de aula no Lambar tomou conhecimento que havia ainda no Lambar aulas de Zouk aos sábados o que imediatamente procurou conhecer melhor.

O reencontro com o Zouk foi avassalador, aquela noite marcaria a sua vida forma inesquecível... Duas coisas muito importantes para ele aconteceram... Ouvir o 1,2,3 marcado forte novamente foi uma delas... a outra foi a “instrutora”!!!
Em 1996 as aulas de Zouk no Lambar eram ministradas pelos professores Zaida e Beto, tendo uma instrutora chamada Sabrina...

Com tanta atração assim os pagodes dos domingos no Lambar foram rapidamente trocados por ele pelas quinta-feiras de Zouk no Lambar. A paixão dividida entre a febre da dança e a instrutora fazia com que o Zouk estivesse presente na sua vida em todos os lugares e situações, tanto fosse em viagens ou qualquer outro programa de final de semana...

Passados dois anos ao invés de Valsa ele estaria dançando Zouk na noite de seu casamento com sua instrutora... O som comandado pelos Djs Henilton e Wagninho transformou aquela festa em uma típica noite do Lambar...

Dois anos depois a veterana casa Lambar não suportou mais as falhas administrativas vindo a falir e deixando inúmeros adeptos até então sem uma nova opção fixa... A chegada da era internet surgiu como peça fundamental para reintegrar os freqüentadores do Lambar e mantê-los em sintonia quanto às direções do Zouk em São Paulo.

Entra em cena a ótima casa “HP Project” que abre suas portas ao Zouk. Naquele momento Philip Miha assumia o cajado do êxodo do Zouk para a terra prometida...
A casa era realmente muita boa, ampla, boa acústica, boa sonorização, com um bom palco inclusive havia sido um point muito badalado pelo público da Technera. O som do Zouk era comandado pelos Djs Alex e Mané, foi ali sob a orientação do Dj Mané que houveram os primeiros contatos do Godoy com as pick-ups do Zouk...

Em uma das diversas trocas de e-mails entre amigos do grupo de Zouk, por um erro de digitação a tecla “x” foi apertada no lugar da tecla “y” fazendo surgir pela primeira vez o nome “Dj Godox”, o qual foi rapidamente capitado e adotado pelos amigos...

Logo em seguida veio a 7ª edição do evento Churras-Zouk, e nele o primeiro set do então Dj Godox, que pela resposta da pista foi um sucesso.
Após este batismo Dj Godox graças ao apoio de Philip Miha, de sua esposa Sabrina, dos Djs Mané Alex e da recíproca do público, firmou-se como um dos discotecários das noites paulistanas de Zouk.

Hoje ele só tem a agradecer a tudo que o Zouk lhe proporcionou. Está neste meio há praticamente treze anos e espera que esta relação de amor se prolongue por muito mais...
É ali na cabine, aquele pequeno quadrilátero enxertado de fios e equipamentos eletrônicos que o pacato e humilde cidadão Ricardo Godoy se transforma no Dj Godox das quintas e domingos. Como muito orgulho expressa sua gratidão em fazer parte do quadro oficial de Djs da equipe Philip Miha.